RETROSPECTIVA GOVERNO LULA: CENSO 2022
Censo Demográfico. Em 28/06/2023, IBGE divulga os resultados preliminares do Censo 2022: Brasil chega a 203 milhões de habitantes. A alta na população é de 6,4% em relação a 2010. Número de domicílios tem alta de 34% em relação ao último censo e chega a 90,6 milhões de moradias. Destaques: a população do país chegou a 203,1 milhões em 2022, com aumento de 6,5% frente ao censo demográfico anterior, realizado em 2010. Isso representa um acréscimo de 12,3 milhões de pessoas no período; de 2010 a 2022, a taxa de crescimento anual da população do país foi de 0,52%, a menor taxa desde o primeiro Censo do Brasil, em 1872; a região Sudeste tem 84,8 milhões de habitantes, 41,8% da população do país (os três estados brasileiros mais populosos – SP, MG e RJ – concentram 39,9% da população brasileira); a região Centro-Oeste é a menos populosa, com 16,3 milhões de habitantes, ou 8,0% da população do país; em 2022, as concentrações urbanas abrigavam 124,1 milhões de pessoas, 61%; cerca de 44,8% dos municípios brasileiros tinham até 10 mil habitantes, mas apenas 12,7 milhões de pessoas, ou 6,3% da população do país, viviam em cidades desse porte.
Censo PCD. Em 07/07/2023, o IBGE divulga pesquisa inédita da PNAD Contínua que reúne e disponibiliza dados sobre pessoas com deficiência. Pesquisa destaca desigualdades entre as regiões brasileiras e as parcelas da população. No Brasil, segundo a pesquisa, a população com deficiência no Brasil foi estimada em 18,6 milhões (considerando as pessoas com 2 anos ou mais). O número corresponde a 8,9% da população com essa faixa etária. Desse total, o perfil era mais feminino (10%) do que masculino (7,7%). Em relação à cor ou raça, houve maior incidência das pessoas que se autodeclaram como da cor preta (9,5%), contra 8,9% pardas e 8,7% brancas. É a primeira vez na história em que indicadores para PCD são disponibilizados.
Censo quilombola. Em 27/07/2023, IBGE divulga que a população quilombola do país é de 1,32 milhão de pessoas, ou 0,65% do total de habitantes do país, segundo o Censo 2022. Os dados mostram que foram identificados 473.970 domicílios onde residia pelo menos uma pessoa quilombola, espalhados por 1.696 municípios brasileiros. O Nordeste concentra 68,19% (ou 905.415 pessoas) do total de quilombolas. O Censo apontou que os territórios quilombolas oficialmente delimitados abrigam 203.518 pessoas, sendo 167.202 quilombolas, ou 12,6% do total de quilombolas do país. Apenas 4,3% da população quilombola reside em territórios já titulados no processo de regularização fundiária.
Censo indígena. Em 07/08/2023, IBGE divulga que o Brasil tem 1.693.535 pessoas indígenas, o que representa 0,83% do total de habitantes do país, segundo dados do Censo 2022. Mais da metade (51,2%) da população indígena está concentrada na Amazônia Legal, região formada pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão. A população indígena contabilizada em 2022 é 88,8% maior que a registrada em 2010, quando foi realizado o Censo anterior e foram contados 896.917 indígenas no país. O aumento no período é explicado principalmente pelas mudanças metodológicas feitas para melhorar a captação dessa população.
Censo por idade e gênero. Em 27/10/2023, IBGE anuncia que, em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país (22.169.101) chegou a 10,9% da população, com alta de 57,4% frente a 2010, quando esse contingente era de 14.081.477 (ou 7,4% da população). Esta segunda apuração do Censo mostra uma população de 203.080.756 habitantes, com 18.244 pessoas a mais do que na primeira apuração. O aumento da população de 65 anos ou mais – em conjunto com a diminuição da parcela da população de até 14 anos no mesmo período, que passou de 24,1% para 19,8% –, evidenciam o franco envelhecimento da população brasileira. Levantamento do IBGE também indica que em 2022 havia 6 milhões de mulheres a mais do que homens. Do total da população residente no país, 51,5% (104.548.325) eram mulheres e 48,5% (98.532.431) eram homens, ou seja, havia cerca de 6,0 milhões de mulheres a mais do que homens em 2022.
Censo por cor e raça. Em 22/12/2023, IBGE anuncia que, em 2022, cerca de 92,1 milhões de pessoas se declararam pardas, o equivalente a 45,3% da população do país. Desde 1991, esse contingente não superava a população branca, que chegou a 88,2 milhões (ou 43,5% da população do país). Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhões se declararam indígenas (0,8%) e 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%). Os dados são do Censo Demográfico 2022: Identificação étnico-racial da população, por sexo e idade: Resultados do universo.
Censo dos domicílios. Em 23/02/2024, IBGE anuncia que, em 2022, havia no país 59,6 milhões de casas ocupadas, nas quais residiam 171,3 milhões de pessoas. Ou seja, a maioria da população (84,8%) morava nesse tipo de residência. O segundo tipo mais encontrado foi apartamento, categoria de domicílio na qual residiam 12,5% da população. As informações integram o recorte “Censo 2022: Características dos domicílios - Resultados do universo”. O Censo revelou ainda que 62,5% da população do Brasil morava em domicílios conectados à rede de coleta de esgoto em 2022 (esse índice era de 44,4% em 2000 e de 52,8% em 2010). Em 2022, 97,8% da população tinham, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo. Banheiros compartilhados por mais de um domicílio foram informados por 0,5% da população. Já 0,6% da população habitava domicílios sem banheiros, sanitários ou buracos para dejeções.
Censo população e domicílio. Em 21/03/2024, IBGE divulga o oitavo recorte do Censo Demográfico 2022, com os totais de população residente e de domicílios por Setores Censitários preliminares e agregados por Subdistritos e Distritos. Trata-se de uma base de dados por meio da qual é possível fazer uma ampla gama de análises e estudos técnicos, com a composição de recortes personalizados de acordo com o interesse do usuário. Ao todo, 452.338 setores censitários estão distribuídos pelos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e Fernando de Noronha. Através da base de dados disponibilizada pelo IBGE, o usuário pode fazer uma grande variedade de análises e estudos, a partir de totais de população e domicílios e da área territorial dos setores, como a média de moradores, densidade demográfica, comparações entre recortes, mapeamento de áreas de risco, entre outros. Por meio dos dados disponibilizados, é possível observar, por exemplo, que, em 2022, 54,8% da população brasileira (111.277.361 pessoas) vivia em Setores Censitários a uma distância máxima de 150 km do litoral. Enquanto isso, 4,6% dos brasileiros (9.416.714 pessoas) moravam em Setores Censitários localizados até 150 km da faixa de fronteira do Brasil com outros países.
Censo analfabetismo. Em 17/05/2024, IBGE anuncia que a taxa de analfabetismo caiu de 9,6% para 7,0% em 12 anos, mas desigualdades persistem. Em 2022, havia, no país, 163 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade, das quais 151,5 milhões sabiam ler e escrever um bilhete simples e 11,4 milhões não sabiam. Ou seja, a taxa de alfabetização foi 93,0% em 2022 e a taxa de analfabetismo foi 7,0% deste contingente populacional. No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 90,4% e 9,6%. Em 1940, menos da metade da população de 15 anos ou mais (44,0%) era alfabetizada. Os grupos de idade de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos tinham as menores taxas de analfabetismo (1,5%) e o de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa (20,3%). Porém o grupo de idosos teve a maior queda em duas décadas, passando de 38,0% em 2000, para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022, redução de 17,7 p.p. (queda de - 46,7%). As taxas de analfabetismo de pretos (10,1%) e pardos (8,8%) são mais do dobro da taxa dos brancos (4,3%). Para cor ou raça indígena (16,1%), é quase quatro vezes maior. Os 1.366 municípios entre 10.001 e 20.000 habitantes apresentaram a maior taxa média de analfabetismo (13,6%), mais de quatro vezes a taxa dos 41 municípios acima de 500.000 habitantes (3,2%). Apesar do aumento de 80,9% em 2010 para 85,8% em 2022, a taxa de alfabetização da região Nordeste permaneceu a mais baixa. Sul e Sudeste têm taxas de alfabetização acima de 96%. A taxa de analfabetismo do Nordeste (14,2%) permanece o dobro da média nacional (7,0%). Por unidade da federação, as maiores taxas de alfabetização foram registradas em Santa Catarina (97,3%) e no Distrito Federal (97,2%), e as menores, em Alagoas (82,3%) e no Piauí (com 82,8%). A taxa de alfabetização das pessoas indígenas, incluindo as que se consideram indígenas pelo critério de pertencimento, foi 85,0% em 2022, com alta em todas as grandes regiões e faixas etárias.
Censo quilombolas. Em 19/07/2024, IBGE anuncia que em 2022 existiam 8.441 localidades quilombolas no território brasileiro, associadas a 7.666 comunidades quilombolas declaradas pelos informantes. Região Nordeste conta com 5.386 localidades quilombolas, 63,81% do total, seguida pelo Sudeste, com 1.245 localidades (14,75%), e Norte com 1.228 (14,55%). Maranhão é o estado com maior quantitativo de localidades quilombolas, com 2.025 (23,99%). Em seguida estão a Bahia, com 1.814 localidades, e Minas Gerais com 979 localidades, correspondendo, respectivamente, a 21,49% e 11,60% do total.
Censo quilombolas/alfabetização. Em 19/07/2024, IBGE anuncia que, em 2022, 1.015.034 pessoas quilombolas com 15 anos ou mais de idade viviam dentro e fora de territórios oficialmente delimitados. Desse contingente, 81,01% (822.319 pessoas) eram alfabetizadas e 18,99% (192.715 pessoas) eram analfabetas. Dessa forma, a taxa de analfabetismo das pessoas quilombolas a partir de 15 anos de idade era 2,7 vezes superior à registrada na população total residente no Brasil. Dentro dos territórios quilombolas oficialmente delimitados, a taxa de alfabetização das pessoas quilombolas com no mínimo 15 anos foi de 80,25%. Esse número é inferior à taxa de alfabetização dos quilombolas como um todo (81,01%) e ao índice de alfabetização da população total do país nessa faixa etária (93,0%). As mulheres quilombolas (82,89%) apresentaram taxa de alfabetização superior à dos homens quilombolas (79,11%). Essa diferença de 3,78 pontos percentuais é maior do que a observada na população total do país, que foi de um ponto percentual (93,48% das mulheres, e 92,49% dos homens). As taxas de alfabetização mais elevadas da população quilombola foram registradas no Sul (89,96%), Norte (87,45%) e Centro-Oeste (86,56%). Já as mais baixas estavam no Nordeste (78,40%) e no Sudeste (85,32%). Frente à população total do Brasil, em todas as regiões os quilombolas possuíam um nível inferior de alfabetização.
Censo registro civil. Em 08/08/2024, IBGE anuncia que 99,3% das crianças com até 5 anos de idade têm registro de nascimento em cartório, o que representa um número absoluto de 15.345.646 registros no Censo Demográfico 2022. Houve aumento do percentual de registros de nascimento em crianças com menos de 1 ano de mais 4,5 pontos percentuais entre os Censos de 2010 e 2022, assim como no percentual de registros em todas as categorias, principalmente entre os indígenas.
Censo domicílios coletivos. Em 06/09/2024, IBGE anuncia que, em 2022, 837 mil pessoas residiam em domicílios coletivos no país, ou 0,4% da população total. É a primeira vez que o IBGE divulga dados dessa natureza no âmbito do Censo, traçando um perfil de idade, sexo e alfabetização dos moradores destes tipos de domicílios. O tipo com maior número de moradores foi “Penitenciária, centro de detenção e similar”, onde residiam 479 mil pessoas (57,2% do total de moradores de domicílio coletivos e 0,2% do total da população brasileira). O segundo tipo com mais moradores foi “Asilo ou outra instituição de longa permanência para idosos”, com 161 mil pessoas (19,2% do total de moradores de domicílios coletivos e 0,1% da população brasileira). Nas penitenciárias, a taxa de analfabetismo foi de 6,6%, a menor de todos os tipos de domicílios coletivos e ligeiramente inferior ao verificado no conjunto da população brasileira (7,0%). Isso se deve ao perfil mais jovem de seus moradores. Por outro lado, a maior taxa de analfabetismo foi registrada nos "Abrigo, casas de passagem ou república assistencial para outros grupos vulneráveis" (31,8%), seguido por asilos (31,0%). Em 2022, 160 mil pessoas residiam em domicílios particulares improvisados. O tipo com maior quantidade foi "Tenda ou barraca de lona, plástico ou tecido", com 57 mil moradores (35,3% dos moradores de domicílios improvisados e 0,03% da população). A taxa de analfabetismo neste tipo de domicílio foi de 22,3%.